27.12.07

Os motivos


Poesia truncada

Palavra não quer fugir

Passa voando, desabando alucinações

E morre.

Auto-implosão por decadência

Hoje, esqueci de vestir as máscaras das múltiplas realidades

Enfiei as garras nos últimos punhados de querer e, como sempre, criei necessidades pequenas.

Preenchi-me de embaraços

Ando desvendando a estranha métrica da desilusão

Faço pouco do erro, nego as mais brilhantes barbaridades

Eu, agora, puramente estado

Aceito o acaso como meta.

Meto a vida num caos de sedução

E danço

Danço com força, presença espantosa

Pavoneio o destino com uma boa gargalhada

Invoco o inesperado com ar de palhaça e desmonto-me em lágrimas de criança

Choro de birra, se me derem um doce, logo paro!

Preciso de vento no rosto

Fiapos vermelhos molhados

Se pudesse, faria musicarquitetura cantada

Mas somente três vezes por semana

Que é pra ter tempo para os motivos

Ah! Os motivos...

São eles que destravam a poesia

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