21.5.09

Súbito transtorno.

Acho graça na auto-castração transformada em verbo
que persiste potência,
agindo em pulsar desritmado.

Quanto maior o ato,
maior a potência.

Talvez seja útil brincar de inércia.

Queria implodir
esse acúmulo de futuros que guardo,
ou melhor,
escondo na manga (como se eu tivesse o dom da magia).

Eu tenho mesmo é cara-de-pau, disseram esses dias.
E deve ser verdade.
Porque isso é pré-requisito para cometer um ato.
Acho que cansei de agir, atuar.
Vou ficar parada por um tempo.
Vou desligar algumas coisas.
Vou tentar chorar mais.
É... Não sei mesmo parar.
O movimento sempre me engole primeiro.

A parte e o par

Parte porta o quê?
Parte repete
se reparte por par...
Por quê?

Parte pára,
perde o porvir,
se perde por par,
fica à parte.

Parte, sim!
mas não pela praxe,
parte pela arte de pertencer somente ao pó,
de partilhar solidões com gosto.

Não pelo par.

Parte só o que se pensa um,
sem apartar o vazio de não pertencer
além do porto.

Parte ao porto,
não ao par.
Faz paródia,
aponta o paradoxo.

Apura o parto,
faz saltar as vísceras.
Quebra todo o paradigma.
Escancara.

Pára, pára!
Parte para...
Parte nada

Fica só
Fica.