27.12.07

Ode ao Kitsch


Porque não é amor

Essa coisa pinta os olhos e usa lenços coloridos

Fuma cigarros e faz música como pode

Já não expõe as vísceras

Prefere a angústia de pés gelados

Que vagam por expressões ainda mais kitsch

Que a sua patética rotina

Porque não é verdade

È de praxe demonstrar força e desdém

Reação frente ao invisível do cotidiano

Auto-implosões dicotômicas

Mascaradas em balanço de rede

Porque não é deus

Acredita em Guimarães Rosa e se desmonta

Montando na impaciência

Que já deixada de ser escolha, corrói por baixo das unhas

As cordas do instrumento

Procura em notas aquele escasso quê

De nada ser

De nada fazer querer

De si ou de outrem

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