29.12.07

A falança do dia

Camponesa urbana

Mulher de olhos

Intrusos

Ansiosa como as outras

Ela só goza de momentos

Falsa paz, inventada

Vive a poesia dos outros

Abusa de palavras

Plagiadas

Lambusada de pequenos

E bobos

Fatos cotidianos

Deslocada

Cadáver esquisito

Perante o tédio

Instaurado

Regurgita os velhos discursos prosaicos

Conhece-os todos

Abraçar a palavra alheia

Blá, blá, blá

A falança do dia

Fala, criatura! Fala para matar essa maldita carência

Porque a tua saída é única

Esquivar-se por trás desse discurso idiota

Esse papo de antropofagia me cansa

Quero mesmo é voltar para dentro

Da página

Que aqui fora tá muito chato

Quero brincar com aqueles sons inaudíveis

E, com isso

Digerir meus delicados desejos de mudança

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