Camponesa urbana
Mulher de olhos
Intrusos
Ansiosa como as outras
Ela só goza de momentos
Falsa paz, inventada
Vive a poesia dos outros
Abusa de palavras
Plagiadas
Lambusada de pequenos
E bobos
Fatos cotidianos
Deslocada
Cadáver esquisito
Perante o tédio
Instaurado
Regurgita os velhos discursos prosaicos
Conhece-os todos
Abraçar a palavra alheia
Blá, blá, blá
A falança do dia
Fala, criatura! Fala para matar essa maldita carência
Porque a tua saída é única
Esquivar-se por trás desse discurso idiota
Esse papo de antropofagia me cansa
Quero mesmo é voltar para dentro
Da página
Que aqui fora tá muito chato
Quero brincar com aqueles sons inaudíveis
E, com isso
Digerir meus delicados desejos de mudança
Nenhum comentário:
Postar um comentário