30.4.10

o que pode

um navio, um nariz de palhaço, uma risada cicatriz – daquelas que desmonta todo um mundo edificado.

uma dancinha boba, ventilador de desejos, turbilhão na espinha. como traduzir?
a melhor heterotopia, aquilo que não se previa.
topamo-nos naquele planeta bizarro, fizemos poucas e boas por lá.
a doçura que nunca é tranqüila, nem quando vira gesto.
porque quer sempre existir, refazer-se doce.
corpo querido de incrível curvar-se dentro e fora.
corpo-eterno-desenrolar.
gosto de “puta que pariu! o que eu faço com isso que sinto?”
o “eu te amo” que não quer ser merecido, quer ser nossa capacidade de magia, acordo com aquela gostosa alegria de estar vivo.
simplesmente estar.
o nosso “eu te amo” tem um planeta só dele. ele é corpo que vibra por si.
ele já foi nuvem.
ele é uma potência.
o que pode um “eu te amo”?
eu não sei. mas quero descobrir contigo.

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