6.1.08

Um bom momento para ter dito não



Nunca recebi uma carta.

Eu queria a minha duna.

Que vida, que vida.

Que horas são?

Por que não estou dormindo?

Maldita tentação de verborragia.

Será essa a minha doença?

Eu vejo as compensações. Sim, vejo!

Sina perversa.

Comer desejos com farinha.

Pequeno fica o buraco.

Para a maldição de ser feliz.

Só uma boa dose de tristeza me conforta.

Nunca fiz um gol.

Nunca fiz poesia.

Auto-implosão de quereres.

Destruição do nexo.

Simplesmente não existo mais como antes.

Que horas são mesmo?

Ainda dá tempo?

Ou devemos nos contentar com as polidas lacunas?

Não sei mais fazer música.

Nunca fui uma pessoa justa.

Não entendo o prazer do nada,

Mas busco um vazio cotidiano.

Sinto porvires como relíquias.

Ando invertendo os passos,

Dançando com as mãos.

Que noite, que noite.

Desespero de anseios.

Sentenças confusas, obtuso aperto.

Careço de aprendizados.

Queria um pouco da tua angústia.

Que, ao meu ver, é tão calma.

E tão melodiosa.

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