27.12.07

O mito da caveira

Parece ocultar algo de belo sua sombra platônica...

Mas eu fui além de sua caverna, caveira!

Vi que não há luz para essa tua ossada sem olhos

Que tua ilusão já é real, cristalizada.

Encontrei certa poesia junto ao teu fenecer diário.

Mas sei que a morte não me alimenta.

E sei também que não suportaria

Compartilhar da tua interminável fome.

Mastiga!

Usa esses dentes!

Eles são o que te resta!

Porque eu tenho língua! E pretendo saborear cada pedaço de mim.

Porque sou gozo, sou vida!

E, ao contrário de ti, tenho dois olhos bem abertos.

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